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Especialista do Nelson Wilians Advogados dá dicas de como se proteger do golpe do QR Code

As novas tecnologias têm produzido muitos benefícios para as pessoas, como economia de tempo e comodidade, mas também abrem espaços para criminosos que aplicam golpes cibernéticos em diversas áreas de serviços. Um dos que tem causado muitas vítimas no sistema bancário é o novo golpe do QR Code, onde os fraudadores exploram a ingenuidade dos clientes e invadem as contas bancárias das vítimas, podendo causar grandes prejuízos, como realizar saques e empréstimos. O pior para as vítimas é que essas ações criminosas geralmente não são passíveis de indenização pelos bancos. Para evitar prejuízos, é importante saber como funciona o golpe e como se prevenir dele.

A advogada Thais Lentz, sócia e coordenadora do Núcleo Bancário do Nelson Wilians Advogados, especialista no assunto, explica que apesar de haver uma pequena diferença ou detalhe na execução do golpe de um banco para o outro, de forma geral o golpe consiste em invadir a conta corrente das vítimas através de um QR Code que é enviado pelos bandidos. “Assim como ocorre no Golpe do Motoboy, o fraudador explora por meio da engenharia social, a ingenuidade do cliente, que por sua vez, convencido de estar em contato com um funcionário do banco, age decisivamente, fornecendo todos os meios para que fraude ocorra”.

Ela conta que o golpe acontece quando o fraudador entra em contato com a vítima se passando pelo gerente ou por um funcionário de alguma área do banco como, por exemplo, área de segurança, suporte ou de tecnologia, informando ser necessário realizar alguns procedimentos para atualização do sistema de segurança. Em outros casos, os criminosos informam que ocorreram compras suspeitas no cartão de crédito ou débitos na conta corrente.

A partir desse contado, a vítima é induzida a comparecer em um caixa eletrônico. “Não raras vezes após expediente bancário ou aos finais de semana. Confiando inteiramente no fraudador, a vítima é orientada a, quando acessar o terminal, enviar fotos do QR Code ao fraudador, que as utiliza para habilitação de um celular que futuramente será usado para realizar as fraudes. Em alguns casos, a audácia em alguns golpes é tamanha que até chamada de vídeo é feita para mostrar a tela do terminal do caixa eletrônico onde consta o QR Code”, detalha Thais Lentz.

Assim que consegue habilitar seu celular, o fraudador concretiza o golpe obtendo a senha eletrônica, com a qual acessa a conta na área logada do endereço eletrônico do banco e passa a registrar e autorizar transações financeiras com o novo dispositivo habilitado pelo próprio cliente.

De acordo com a advogada, o pior para as vítimas é que o Judiciário não tem acolhido pedido de indenização nesses casos. “Em minha pesquisa, quase 100% as ações tiveram improcedência mantida no Tribunal ou recurso provido para julgar a ação improcedente. O entendimento é que nesses casos não há falha na prestação do serviço de segurança do banco, já que a vítima se dirigiu voluntariamente até o banco/caixa eletrônico e digitou a senha, não havendo nexo causal entre a conduta do banco e o ato lesivo”, pontua.

Além de conhecer como funciona o golpe do QR Code, a advogada Thais Lentz sugere que os correntistas sigam algumas dicas para não cair na armadilha: desconfie, os bancos não possuem atendimentos de vídeo chamada; ao receber pedidos de envio de QR CODE, não atenda. Surgindo dúvidas, procure pessoalmente seu gerente do banco.

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