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São João: profissionais alertam sobre riscos e cuidados com queimaduras

A Sociedade Brasileira de Queimadura alerta que, em um ano, cerca de um milhão de pessoas são acometidas por queimaduras acidentais. Entre esses casos, apenas 10% procuram atendimento médico. Ao todo, 70% dos acidentes acontecem dentro de ambientes internos e domiciliares.

Neste mês é celebrada a campanha de junho laranja, com o intuito de conscientizar a população e as autoridades sobre os riscos de acidentes com queimaduras e os traumas que podem ser causados. A médica e facilitadora do Centro de Simulação da FPS (CSim), Danielle Teti, explica que a população mais acometida são os homens jovens, de 19 até 59 anos. No entanto, o risco maior é para crianças e idosos.

Com a chegada das festas juninas, o número de queimaduras cresce. Segundo a médica, 95% das queimaduras no mundo acontecem em países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, ou seja, apenas 5% em países desenvolvidos. “Isso reforça o hábito de investir em prevenção e orientação da população. Uma sociedade com mais informação vai ser menos atingida”, completa.

ORIENTAÇÕES – Entre as recomendações, sempre que for acender um fósforo, o ideal é fazê-lo longe do rosto para evitar que a chama chegue ao cabelo ou sobrancelha. Além disso, ao acender uma vela, não estar perto de produtos inflamáveis, tecidos, solventes, etc”, explica Danielle.

Além disso, mais uma orientação é manter as crianças longe da cozinha. Quando for preparar as comidas típicas, direcionar os cabos das panelas para área do fogão e não manipular álcool, querosene, gasolina ou qualquer líquido inflamável perto do fogo. Devido à tradição de fogueiras, a médica indica fazer uma menor e longe de árvores, papel e de produtos inflamáveis.

Outro ponto de atenção são os fogos.“Sabemos que nessa época do ano é tradição o uso de fogos de artifício. Por segurança, evitem. Eles são o grande perigo para quem manuseia de forma inapropriada ou inexperiente. Por isso, evitá-los previne incêndios e outros acidentes trágicos como queimaduras, cortes, surdez e perda de visão”, orienta a tutora de Enfermagem da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), Rubiane Souza.

O QUE FAZER – Mas, se por um acaso esse acidente vier a acontecer, o que pode ser feito? Danielle Teti orienta colocar a área queimada embaixo de uma água corrente fria, com um jato suave, por aproximadamente 10 minutos. “Se o acidente ocorrer em um local que possa gerar alguma contaminação (com insetos, poeiras, etc), cobrir com um pano limpo e úmido”, completa.

Rubiane também explica que não se deve colocar abrasivos como creme dental, nem temperos, itens culinários ou pós, como talcos. Em casos mais graves, em queimaduras decorrentes de combustíveis (gasolina, querosene, álcool) utilizados em substituição ao gás de cozinha também têm causado grande preocupação e lotação dos serviços que realizam atendimento de queimados. Para queimaduras de grande extensão, o recomendado é não tocar na queimadura com as mãos, estourar as bolhas ou retirar tecidos que estão em cima do local. Neste último caso, Danielle orienta ir a um hospital para remover com auxílio médico e uso de anestesia.

Acontecendo um acidente, você pode chamar o Samu no número de telefone 192 para que ele desloque o acidentado até um hospital onde o paciente será assistido, tratado de forma adequada de acordo com a gravidade da queimadura”, orienta a médica.

No CSim, são ministrados cursos de primeiros socorros com orientações do que se fazer durante um acidente, desde retirar a vítima do local, fazer uma abordagem para ver a gravidade da situação e encaminhar para um serviço de saúde. “Nós ensinamos o indivíduo a estabilizar, limpar, ajudar o paciente a sair daquele momento crítico e encaminhar para um serviço de urgência o mais rápido possível de forma segura, em todo o processo pré-hospitalar”, explica a facilitadora.

 

 

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